abril 18, 2007

O metrô de SP

Voltei a usar o metrô porque estou trabalhando no Centro. Pego a linha azul e vou até a Sé, onde passo para a linha vermelha.
A diferença dos passageiros é assustadora... da estação São Judas - que é onde eu pego - até a Paraiso os passageiros são basicamente executivos e mulheres alinhadas nitidamente indo para o trabalho, lêem seus jornais e revistas que falam sobre economia e negócios. Os perfumes se misturam e o ar é leve.
A partir da estação Vergueiro o cenário muda completamente, pessoas simples, algumas nitidamente sem banho, outras até maltrapilhas vão se amontoando próximo às portas - dando a impressão de que os corredores são locais proibidos - e com aquele cheirinho de anteontem lá vamos nós até a Sé... nem preciso dizer que lá é show de horror total, vê-se de tudo, tudo mesmo.
Hoje, estação Vergueiro uma senhora, que pelo aspecto e a quantidade de sacolinhas tratava-se de uma moradora de rua, sentou-se ao meu lado. Remexeu nas sacolinhas durante uns 5 minutos. Banho, nem pensar. Perfume, talvez ela nem saiba mais o que é isso. Eis que ela pega uma caneta e um caderno e escreve, escreve, escreve... eu, muito curiosa, li, é claro. Era um poema. Pasmem!!! E bonito até. Nele, certamente flashes da história dela, memórias, saudade... fiquei tentando iamginar o que aconteceu com ela, porque ela estava ali, naquele estado. Teria família, filhos, netos? Por que alguém fica assim?
Isso que dá viver numa cidade como essa. Mas é bom, gosto de ficar observando os contrastes! E eu devia ter conversado com ela!!!

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